Antes do anúncio de Carlo Ancelotti como treinador da seleção brasileira, Romário gravou uma entrevista ao Globo Esporte e falou sobre diferentes assuntos. Um dos mais comentados foi sobre a Amarelinha.
“A gente tem sofrido muito. Nesses últimos dez anos, a Seleção está muito longe de mostrar o que o Brasil é, ou melhor, que o Brasil foi, de longe, o melhor futebol. Nós temos muito bons jogadores, embora o Neymar… E vamos botar o Vini também, que está nesse momento bem legal, principalmente no Real Madrid. Jogadores que têm bastante condições, que até merecem realmente colocar a camisa da seleção brasileira”, iniciou.
Questionado sobre a situação do Brasil, o ex-atacante foi sincero e falou sobre a desorganização na entidade, citando o caso de Tite no comando da equipe. Entretanto, destacou a safra atual de atletas.
“Mas o que eu tenho notado é que há uma desorganização muito grande em todos sentidos. Principalmente dentro do campo, nesses últimos quatro, cinco treinadores que a Seleção Brasileira teve. Primeiro entendo que a CBF já errou lá atrás, quando o Tite foi técnico da Copa do Mundo. Ele perdeu e continuou. Na minha opinião já tinha que ter mudado o ciclo ali”, prosseguiu.
Na visão de Romário, a seleção brasileira não apresenta um futebol atraente e, principalmente, convincente ao público. Para ele, a Amarelinha pode “nunca mais dar medo” aos adversários nas partidas disputadas.
“Mas trazendo para hoje, nós estamos muito longe de um futebol convincente, um futebol que, realmente, não é que dê medo, porque talvez o Brasil nunca mais vá dar medo. As pessoas e os adversários não vão ter medo do Brasil. Lá atrás já teve, respeito e medo. Mas hoje nem respeito tem, isso é muito ruim. É uma m… (O povo está) descrente”, opinou.
Por fim, o tetracampeão mundial em 1994 destacou que a Seleção em si não conta mais com a paixão dos torcedores.
“A Seleção não move mais o brasileiro. Muitas vezes, quando a seleção brasileira está jogando, você não vê nenhum entusiasmo por parte dos brasileiros. Primeiro, não fazem nem questão de ver. E o pior, de saber o resultado. Significa que a Seleção está num momento muito difícil, muito complexo”, concluiu.
